Efésios
6:1-4
VÓS, filhos, sede obedientes a vossos pais no
Senhor, porque isto é justo.
Honra a teu
pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa;
Para que te vá
bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos
filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.
Paulo manda que os filhos obedeçam as ordens de seus
pais e os honrem. A honra que Paulo exige não é uma mera honra de palavra; a
única maneira de honrar aos pais é obedecendo-lhes, respeitando-os e não lhes
causando dor.
Mas Paulo se dá conta de que o problema tem outra
face. Diz aos pais que não provoquem a ira de seus filhos. As mães têm uma
espécie de paciência divina, mas "os pais são mais propensos à ira".
Chama a atenção que Paulo repita suas ordens em forma um pouco mais completa em
Colossenses 3:21. "Pais", diz, "não exasperem a seus filhos para
que não se desalentem".
São três as maneiras como podemos ser injustos com
nossos filhos.
(1) Podemos esquecer que as coisas têm que mudar; que
os costumes de uma geração não são os da outra. Elinor Mordaunt nos narra como
deteve sua filha pequena para que não fizesse algo, dizendo-lhe: "Quando
eu tinha sua idade não me deixavam fazer isso". E a menina respondeu:
"Mas mamãe, deve lembrar que você vivia então e eu vivo agora".
Os pais podem causar um dano imenso esquecendo que os tempos mudam e os
costumes se transformam.
(2) Podemos praticar um controle tão estrito que se
torne num descrédito para a mesma educação dos filhos. Manter uma criança muito
tempo em andarilhos é confessar que não se confia nela, e isto no fundo é
simplesmente dizer que não confiam na forma em que o educaram. É melhor correr
o risco de equivocar-se confiando muito, que controlando muito.
(3) Podemos esquecer o dever de estimular. O pai de
Lutero era muito estrito, tão estrito que raiava no cruel. Lutero acostumava
dizer: "Retém a vara e arruína o menino — isto é verdade; mas junto à vara
tenha uma maçã para dá-la quando agir bem".
Benjamin West nos narra como chegou a ser pintor.
Certo dia sua mãe saiu, encarregando-lhe o cuidado de sua irmãzinha Sally. Na
ausência de sua mãe encontrou alguns frascos com tinta de cor e começou a fazer
um retrato de Sally. Ao fazê-lo causou uma considerável desordem e o manchou
todo de tinta. A mãe voltou, observou a desarrumação mas não disse nada. Tomou
a parte de papel e contemplando o desenho disse: "Como? É Sally!" E
se inclinou para beijar o menino. Depois Benjamin West costumava sempre dizer:
"O beijo de minha mãe fez de mim um pintor". O estímulo obtém mais
que a recriminação.
Anna Buchan nos conta como sua avó repetia uma frase
favorita mesmo quando era de idade avançada: "Nunca se deve acovardar a
juventude".
Segundo
Paulo, os filhos devem honrar a seus pais, mas os pais nunca devem desanimar a
seus filhos.
Comentário
de Efésios (William Barclay)

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