Amar É Sempre Certo
Sem lar e faminto. Rabiscadas num pedaço de papelão com lápis de cera, as palavras prendem sua atenção mesmo antes de parar ante semáforo de um cruzamento movimentado. Você não pode evitar ver o homem na esquina, bem perto da janela do carro, aparentemente voltando o cartaz e o olhar tristonho diretamente para você. A camisa dele, de flanela e em farrapos, é pequena demais. As calças estão rasgadas e sujas. O cabelo é oleoso e despenteado, e o rosto coriáceo está sombreado por uma barba de vários dias. Os olhos, que você tenta evitar, parecem vazios por causa das privações e da negligência. Ele certamente tem um ar de desabrigado e faminto.
Na mesma hora a sua mente transborda de uma ladainha de respostas, como se um comitê de conselheiros internos estivesse gritando sugestões todos ao mesmo tempo. A cada pensamento surge um protesto do outro lado do seu cérebro, insistindo em que você ignore os conselhos.
Tenha uma atitude amorosa. Dê ao pobre homem essa nota de cinco reais que está em sua carteira. Não, não lhe dê dinheiro. Ele provavelmente irá gastá-lo na mesma hora com bebidas. Esse homem não passa de um vigarista e beberrão tentando enganar as pessoas com sua farsa de desabrigado e faminto. Os seus cinco reais ajudarão mais os sem-lar e esfomeados se forem empregados na missão de resgate local.
Ofereça levá-lo a uma lanchonete para almoçar ou compre algum alimento no supermercado. Isso é perigoso demais. Ele pode estar justamente à espera de um motorista ingênuo como você para roubá-lo ou seqüestrá-lo. Além disso, o seu dia está cheio hoje – não há sequer uma brecha pala a caridade. De toda forma, ele iria manchar demais o estofamento do carro com suas roupas sujas.
Entregue um folheto e fale a ele de Cristo. Está brincando? A última coisa na mente desse sujeito é religião. Se estiver realmente sem casa e com fome, precisa de algo para comer, e você não pode ajudar nisso. Se foi um mentiroso pedindo dinheiro para beber ou drogar-se, você não deve ajudá-lo. De qualquer modo, ele não está interessado num sermão na esquina sobre céu e inferno.
A atitude amorosa a tomar é confrontá-lo em relação à preguiça. Diga a ele que arranje um emprego e se alimente. Mas talvez ele não seja preguiçoso; quem sabe é um homem trabalhador que está passando por um período difícil... Ao confrontá-lo injustamente, você pode piorar ainda mais a situação já negativa desse homem, e que amor há nisso?
Depois de menos de um minuto – que pareceu meia hora – a luz fica verde e você passa. Antes de dois quarteirões, os seus pensamentos já voltaram à sua agenda repleta, como se você nunca tivesse visto o homem miserável de roupas esfarrapadas.
O amor é um absoluto
moral e universal.
Amar é mais do que
corações, flores e músicas sonhadoras.
O amor não é uma opção
para o cristão.
Amar é muitas vezes
difícil.
O amor nunca falha, mas
nós falhamos às vezes em amar
O amor tem um número
infinito de aplicações.
Trecho do Livro: AMAR É SEMPRE CERTO - Josh McDowell e Norman L. Geisler
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