Conhecer sua origem e permanência entre nós consolida nossa fé. Saber
que Jesus esteve conosco estabelece motivação para vencermos as constantes
lutas que enfrentamos.
Deus
reservou aos homens o melhor de sua glória ao planejar o envio de seu Filho ao
mundo. Toda a experiência de uma pessoa com Jesus em seu início é raza, levando
em conta a dureza dos nossos corações, gerada pelo pecado. No entanto, a
perseverança e firmeza neste propósito leva-nos a dimensões consideráveis desta
fonte de vida e poder que o relacionamento mais íntimo de Jesus com os homens
oferece.
I
- O VERBO E SUA ORIGEM
O
Evangelho de João é o canal de Deus para nos fazer compreender sobre a presença
de Jesus, o Verbo divino, entre homens. Jesus não é uma criatura de Deus. Uma
coisa é avaliar, através da Bíblia, nas citações dos apóstolos, a magistral
encarnação do Verbo entre nós; outra é poder, na mesma Bíblia, ouvir Jesus
falando com seus próprios lábios, identificando-se como aquele que sempre foi,
sempre é, e sempre será o Filho glorificado que, mesmo tendo deixado a glória
momentânea, providencialmente retornou com honras. De forma clara vemos isso na
oração sacerdotal, quando Ele mesmo confirma sua existência eterna: “antes que
houvesse mundo", Jo 17: 5.
a) A origem. Enquanto os três outros Evangelhos
iniciam-se falando sobre o nascimento de Jesus, João, indo muito mais distante,
revela sua existência antes da criação: “No princípio era o Verbo e o Verbo
estava com Deus... e o Verbo era Deus”, 1: 1. Refere-se a um tempo a que chama
de princípio que, em consonância com Gn. 1: 1, também revela um tempo ocorrido
antes da obra criadora de Deus, Col. 1: 17.
b)
O propósito. Isso nos leva a entender o grande amor de Deus e seus desígnios.
Podemos saber que Deus não se assentou no vazio de uma terra sem forma para
comandar o nada, mas planejou a sua obra e a estabeleceu para fazer o homem
coroa de sua criação e que nisto sentiu prazer e deleite. Ef. 3: 9 aponta
também para este princípio quando diz: “desde os séculos oculto em Deus...
c)
A visão dos profetas. Antes da encarnação de Jesus, sua vinda era contemplada,
crida e aceita pela fé. Isaías disse que o povo que andava em trevas (os
perdidos) viu uma grande luz, Is. 9: 2.
II
- A ENCARNAÇÃO DO VERBO
Depois
de considerar a existência e capacidade do Verbo, João passa a mostrar em
síntese o processo completo de sua humanização, usando duas palavras: verbo e
luz.
a)
Luz dos homens. Primeiro fala da presença do Verbo com Deus, sendo Deus, agindo
como Deus, para depois falar da luz, no extraordinário verso 4. Nesse ponto
Deus está graciosa e generosamente voltando-se para o homem. Luz é um termo
para homens, é vida, e contrasta com trevas, a morte eterna. Luz é algo novo,
que contrasta com a idéia de antiguidade expressa por “no princípio”.
b)
Habitou entre os homens. O verso 14 relata uma das mais conhecidas citações em
toda a Bíblia: “0 Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos sua glória, glória como do unigênito do Pai.” Além de outras
grandes lições, esta passagem deixa claro o ponto básico deste estudo: a
encarnação do Verbo. Recebeu forma humana e tabernaculou entre os homens. Que
fato extraordinário quando visto de nossa frágil perspectiva: um Deus tão
gigante e glorioso se digna assumir de forma mais direta e envolvente possível
a nossa conjuntura desgastada. E apresentou-se cheio de graça e de verdade
entre os homens.
c)
O nascimento. Assim, em Lc. 1: 31-35 temos a mensagem do anúncio do nascimento
de Jesus a Maria, como uma introdução maravilhosa, onde Deus, por causa de sua
santidade e propósito, revela que Maria ficaria grávida pelo Espírito Santo. O
texto de Lc. 2 : 7 registra o nascimento em seu momento preciso: “E ela deu à
luz...” concretizando a encarnação majestosa.
d)
O nome Jesus. Deus nunca precisou, no tocante a si mesmo, de nome ou nomes para
ser visto. Mas já que o propósito da intervenção de Deus, no que se refere à
salvação, era Jesus, então uma identidade divina entre os homens precisava ser
alcançada. E por isto Deus ordenou ao seu anjo que levasse a Maria o nome que o
seu Filho obteria na terra: Lc. 1: 3. Jesus, no hebraico, quer dizer salvador.
III
- O CARÁTER DO VERBO
Depois
de ter considerado a origem e a encarnação do Verbo, para conhecê-lo melhor,
vejamos agora o seu caráter, baseados no texto de Cl. 1: 15-17.
a)
A imagem visível. O v. 15 diz que Jesus é a imagem do Deus invisível, apontando
para a revelação do próprio Deus, pois a expressão imagem está ligada também à
encarnação, ou seja, é uma forma humana de se ver Deus.
b)
Primogênito. Termo que Paulo usa para definir a característica de Jesus como
aquele que se revela ao mundo e pode ser percebido por aqueles que crerem nEle.
c)
Criador. Termo usado para se referir a Jesus, v.16, confirmando sua
participação na obra criadora. Todavia mais excelente aqui é o destaque sobre
sua relevância sublime no céu. Se admitimos que Ele também estava no princípio
e que é feitor de todas as coisas, admitimos também que é poderoso pela e entre
as obras que fez. De fato, o v. 17 informa sobre sua preexistência e salienta o
seu domínio. Isso está claramente confirmado em Hb 1: 2-3, onde o desconhecido
escritor aborda também, além da revelação que nEle consiste, a excelência do
seu nome, e sua superioridade entre os anjos.
Prossigamos
sem temor, depois de termos entendido a grandeza de Deus, e de como se revelou
através de seu Filho que se encarnou,
favorecendo-nos em nossa salvação.

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