Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus: quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus. Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.
Mateus 16: 13-20
Sendo um ponto fundamental da doutrina cristã,
líderes religiosos têm feito um esforço muito grande no sentido de tornar mais
clara a compreensão que se precisa ter de Igreja. Vamos ver o que a Bíblia
ensina sobre este edificante tema, tendo em mente que não se trata de
denominação, mas da Igreja de abrangência universal, fundada por Jesus.
I
- SIGNIFICADO DE IGREJA
A igreja é composta por aqueles que se
submeteram ao senhorio de Jesus.
Na língua original do
NT, o termo igreja (ekklesia) significa “chamados para fora”, aludindo à saída
do povo que nas cidades gregas eram convocados para sair de suas casas para se
reunir em assembléias populares. Em nossa língua “Igreja” (do latim, eclesia)
significa um ajuntamento ou reunião de pessoas. No Novo Testamento a palavra é
citada 115 vezes, sendo que a primeira vez foi Jesus quem a mencionou, no texto
de Mt. l6: 18.
“Chamados para fora” é
um significado que liga a Igreja a um clima missionário. Em João 15: 16. Jesus
começa explicando que não fomos nós quem escolhemos a Ele, aludindo à
incapacidade humana para enxergar os planos de salvação divina. Em seguida Ele
declara que nos escolheu, confirmando o que fora feito aos discípulos. Por
último Ele, então, explica que nos designou para que fôssemos e déssemos frutos
e estes frutos permanecessem.
Quando Ele diz que nos
escolheu, Ele está nos “chamando”; quando diz que fez isto para que fôssemos
(vades), Ele está nos tirando para fora de nossas casas ou de nossos aconchegos
pessoais; quando Ele diz que esta saída era para dar fruto, está confirmando
que a Igreja é chamada para a maior tarefa de todos os tempos: levar avante o evangelho
a toda a terra, antes que venha o fim, Mt. 24: 14.
II
- JESUS AMA SUA IGREJA
O relacionamento de
Jesus com sua Igreja tem um caráter bastante protetor e afetivo.
a) Em João 17: 15 temos uma referência à
afetividade de Jesus quando Ele diz: “Não peço que os tires do mundo; e, sim,
que os guardes do mal". Jesus, na dedicação que já possuía pelos seus,
rogava carinhosamente ao Pai que os livrasse do mal, ao mesmo tempo em que
pediu nossa não retirada do mundo, entendendo, é claro, a necessidade de nos
manter aqui a seu serviço.
b) Em Efésios 5: 23-30,
temos uma comparação amorosa de Jesus, num outro vislumbre de seu
relacionamento afetivo com a igreja. Paulo compara a Igreja a uma mulher em sua
submissão ao marido e vice-versa. Muito embora este texto aborde mais
precisamente o lar cristão, ele nos permite ver como Jesus considera sua Igreja
e seu cuidado por ela. Notem que com respeito ao marido e seu domínio sobre a
mulher, Jesus é apontado por Paulo como “cabeça” da igreja. Cl. 1: 18. O verso 25 de Ef. 5 afirma que os maridos
devem amar as suas mulheres, assim como Cristo “amou” a sua Igreja e a si mesmo
se entregou por ela. Não há dúvida sobre o grande amor de Jesus por sua Igreja.
III
- JESUS, O FUNDAMENTO DA IGREJA
O texto básico desta
lição é o episódio de Pedro e sua confissão vibrante a Jesus. Veja que Jesus
fez duas perguntas, Mt 16: 13-16. Primeiro, Jesus faz uma espécie de pesquisa,
algo que tomo a liberdade de classificar como a pergunta do missionário: “O que
diz o povo ser o Filho do homem?” Seria, o mesmo que perguntar: “qual tem sido
a concepção do povo a meu respeito?” “Será que eles sabem quem sou eu?” Em
seguida, Ele deseja saber a opinião sobre o mesmo assunto mas agora dos
discípulos: “e vós, quem dizeis que eu sou?“
Destas duas perguntas de
Jesus, depende o que vamos entender por Igreja porque, se eu estou fazendo algo
para Jesus, sem convicção do meu empenho, então estou enganando a mim mesmo e
me deixando lesar tolamente. Preciso saber onde estou com os pés e que
concepção tenho de Cristo, antes de querer que os outros saibam sobre ele.
Quando Pedro declarou a
divindade de Jesus, sendo felicitado pelo Mestre, foi feita a referência à
pedra que ele representava por sua FÉ em Jesus. Mas não há aqui nem de longe
qualquer fundamento para a instituição do papado. A verdade aqui é bem
diferente: Jesus estava declarando a Pedro que era bendita a sua firmeza e
convicção sobre o próprio Jesus.
Não há nenhuma dúvida
sobre quem seria a pedra fundamental daquela meta, porque Jesus falava da fé de
Pedro e de tantos outros que, como ele, pudessem crer na sua Pessoa. Portanto,
Jesus é a pedra principal, a pedra de esquina, e nós, os que cremos, somos “pedras edificadas espiritualmente,
para o sacerdócio de Deus”, I Pe. 2: 5.
Paulo, numa abordagem
sábia aos coríntios, fala àqueles cristãos orientando-os a respeito do
fundamento único que é Cristo. Ele diz que ninguém pode lançar outro
fundamento, além do que já foi posto, o qual é Cristo Jesus. I Cor. 3: 1. E,
nesta admoestação, comenta sobre como devemos edificar sobre a fé em Jesus.
IV.
ALGUMAS RAZÕES POR QUE JESUS FUNDOU A IGREJA
Consideremos por que
Jesus fundou sua Igreja:
a) Para que se
santificasse. O texto de Efésios 5: 26 declara: “Para que a santificasse,
tendo-a purificado no meio da palavra“. Notem que o “para”, que marca este
verso, aponta o objetivo da relação amável entre Cristo e a Igreja. E qual era?
A santificação e a purificação que ela precisa ter.
b) Para que fosse
perfeita. A Igreja deve apresentar-se a Cristo como uma noiva sem mancha, nem
ruga; gloriosa e sem defeito algum.
c) Para que fosse
produtiva, Jo. 15: 1-7. Jesus quer a expansão do seu reino e com ele a salvação
de todos os homens. Daí a necessidade de evangelismo e do discipulado.

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