Sexta-feira
da Paixão é a data tradicionalmente relembrada como sendo o dia em que Cristo foi
crucificado.
A
morte de Cristo na cruz é um fato central para o cristianismo. É interessante
que é da palavra latina "cruz" que vem a palavra "crucial",
isto é, central, importante. Para os budistas, não importa muito como Buda
faleceu, mas faria toda a diferença do mundo para os cristãos se Jesus tivesse
morrido de um ataque cardíaco nas praias do Mar da Galiléia.
A
cruz é o símbolo universal do cristianismo, mesmo num mundo onde mais e mais
ela tem perdido o seu significado. Numa pesquisa recente feita na Austrália,
Alemanha, Índia, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, ficou claro que o símbolo
da MacDonalds (o arco dourado) e o da Shell (uma concha amarela) eram muito
mais conhecidos do que a cruz. 92% das pessoas reconheceram os cinco anéis como
símbolo dos Jogos Olímpicos e 88% reconheceram o símbolo do MacDonalds e da
Shell. Mas somente 54% identificaram a cruz como sendo o símbolo do
cristianismo.
Muitos
dos que a identificam ofendem-se com ela. A cruz de Cristo é motivo de ofensa
para muitos hoje, como foi na época em que os primeiros cristãos começaram a
falar dela como o caminho de Deus para a salvação. O apóstolo Paulo escreveu:
"Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para
nós, que somos salvos, poder de Deus . . . nós pregamos a Cristo crucificado,
escândalo para os judeus, loucura para os gentios" (1 Coríntios 1:18,23).
A feminista Dolores Williams é um exemplo moderno de pessoas que se ofendem com
a cruz. Ela declarou: "Acho que não precisamos de uma teoria em que os
pecado têm que ser pagos pela morte de alguém. Acho que não precisamos de um
cara pendurado numa cruz, sangrando, e outras coisas desse tipo".
Podemos
compreender a repulsa natural que as pessoas sentem. A execução por morte de
cruz era algo terrivelmente cruel. Na verdade, era sadismo legalizado. Foi
provavelmente uma das formas mais depravadas de execução jamais inventada pelo
homem. Nada mais era que morte lenta por tortura. E realmente funcionava.
Ninguém jamais sobreviveu a uma crucificação.
Mas
para os que crêem, a cruz faz perfeito sentido. A salvação do homem só pode
ocorrer através de uma satisfação dada à lei de Deus, que o homem quebrou e tem
quebrado sempre. Somente Deus pode perdoar. Mas somente o homem pode pagar.
Cristo colocou-se no lugar do homem, como representante dos que crêem, e sofreu
a penalidade merecida, satisfazendo a justiça divina. Até mesmo pensadores não
cristãos afirmam a necessidade da punição merecida. O pesquisador C. A.
Dinsmore examinou as obras de Homero, Sófocles, Dante, Shakespeare, Milton,
George Elliot, Hawthorne e Tennyson, e chegou à seguinte conclusão: "É um
axioma universal na vida e no pensamento religioso que não pode haver
reconciliação sem que haja satisfação dada pelo pecado".
Portanto,
para os que crêem, a cruz é mais que um símbolo a ser levado no pescoço ou
pendurado nas paredes da igreja. É o caminho de Deus para salvar todo aquele
que crê.
Quando
a Igreja esquece o sentido da cruz, ela se desfigura. Ouçamos as palavras de
Erwin Lutzer, em seu livro A Cruz de Hitler (1994): "Se as fornalhas de
Auschwitz foram preparados nos corredores das universidades da Europa, podemos
dizer também que aquelas fornalhas foram alimentados pela teologia liberal que
dominou as igrejas e a teologia da Europa. Essa teologia glorificava o homem e
declarava que Deus era irrelevante. Esse tipo de ensino amputou a capacidade da
Igreja de tomar uma posição firme contra as atrocidades do Terceiro Reich. Ao
substituírem a revelação de Deus contida nas Escrituras por ideais humanos,
acabaram por reinterpretar a cruz de Cristo e usá-la para levar adiante uma
agenda pagã."
Queira
Deus sempre nos manter conscientes da cruz de Cristo e do seu sentido

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