PALAVRAS DE ORAÇÃO
"De uma feita,
estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos
pediu; Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus
discípulos" (Lucas 11:1).
A
oração é importante. Todos os que querem seguir o Senhor sabem que a oração é
parte essencial da vida do discípulo. Entretanto, poucos oram e muitas vezes,
quando oramos, parece que lutamos para nos expressarmos a Deus. Embora possa
parecer que a oração deveria vir a nossa boca como uma expressão confortável de
nossa fé e confiança em Deus, ela freqüentemente parece difícil, talvez
ineficaz.
Os
primeiros seguidores de Jesus observaram seus hábitos de oração. Eles o viram
freqüentemente procurando um lugar deserto para falar com seu Pai. Numa ocasião
dessas, eles pediram sua ajuda. Também desejamos comunicar- nos com Deus como
seu filho estava fazendo.
"Senhor, ensina-nos a orar" (Lucas 11:1).
Jesus
fez como eles pediram. Ele os ensinou como orar, tanto por suas palavras como
por seu exemplo. Ele orava freqüentemente, fervorosamente e com grande fé
naquele que estava ouvindo aquelas orações. Através do exemplo de sua vida, ele
está ainda nos ensinando a orar.
Palavras
de oração
1.
Reverenciar e glorificar a Deus: "Pai, santificado seja o teu nome". Grandes orações de grandes homens e mulheres são sempre
proferidas com grande respeito a Deus. Quando Moisés, Ana, Davi, Daniel,
Neemias e outras importantes personagens da era do Velho Testamento oraram,
começaram com declarações de genuína reverência a Deus, como criador e
comandante do universo.
2.
Buscar a vontade de Deus: "Venha o teu reino". A oração não é um instrumento para manipular Deus para
que faça nossa vontade. Aqui, Jesus orou pelo reino de Deus, sabendo que esse
reino só poderia vir com todo o seu poder através da avenida de sua própria
morte. Aqui, como na oração agonizante no Getsêmani, Jesus colocou a vontade do
Pai acima de seus próprios interesses:
"Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres"
(Mateus 26:39). Quando vemos a oração como nada mais do que uma oportunidade de
fazer pedidos a Deus, colocamos a vontade do servo indevidamente acima da
vontade do Senhor. Deveremos sempre procurar fazer a vontade de Deus.
3.
Reconhecer nossa dependência de Deus para as necessidades físicas: "O pão nosso
cotidiano dá-nos de dia em dia". Esta
não é uma exigência de abundância e riqueza. Jesus nem praticou, nem ensinou a
noção materialista de que o discípulo pode "dizer e exigir" o que
quer na oração. Diferentemente das orações de certas pessoas hoje em dia, que
se aproximam de Deus como pirralhos mal criados exigindo tudo o que querem,
Jesus mostrou aqui uma dependência de Deus para as necessidades básicas da
existência diária. Precisamos de Deus todos os dias.
4.
Reconhecer nossa depen-dência de Deus para as bênçãos espirituais: "Perdoa-nos os
nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve. E não nos
deixeis cair em tentação". Encontramos algumas
lições valiosas no versículo 4. Primeiro, precisamos do perdão. As palavras de
João 8:7 e Romanos 3:23 nos recordam nossa culpa. Pecamos. Necessitamos do
perdão. Só Deus tem o direito e o poder para perdoar (Marcos 2:7). Segundo,
precisamos perdoar. Nossa comunhão com Deus é condicionada a várias coisas,
incluindo-se como tratamos as outras pessoas. Quem se recusa a perdoar outro
ser humano simplesmente não será perdoado por Deus (Mateus 6:14-15; 18:15-35).
Terceiro, precisamos do auxílio de Deus para que não pequemos. Deus não é
apenas um guarda-livros registrando os pecados cometidos e apagando-os depois.
Ele tem poder para nos auxiliar a derrotar o inimigo. Paulo garantiu que há um
jeito de escapar de cada tentação (1 Coríntios 10:13). Jesus "é poderoso para socorrer os que são
tentados" (Hebreus 2:18). Ele nos deixou um exemplo perfeito de
obediência para encorajar nossa fidelidade (1 Pedro 2:21-24). Na hora de sua
mais difícil tentação, Jesus voltou-se para seu Pai em oração fervorosa. Depois
daquelas orações ele saiu do Getsêmani preparado para suportar o poder das
trevas, e sofreu o ridículo e a morte para cumprir a vontade de seu Pai. Jesus
encontrou o auxílio necessário quando apelou para seu Pai, em oração.
Exemplos
de oração
Pouco é registrado das palavras específicas com que Jesus
orou. Podemos aprender muito simplesmente observando quando, onde e por quê
Jesus orou.
1.
Quando Jesus orou? Ele orou em horas de
grandes provações, tais como o exemplo já citado de suas orações no Getsêmani,
poucas horas antes de sua morte. Ele orou momentos antes de grandes decisões.
Lucas 6:12-16 conta o dia em que Jesus escolheu os doze homens aos quais seria
dada a responsabilidade de levar o evangelho ao mundo. Note o que ele fez antes
de selecioná-los; "Retirou-se
para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus" (Lucas
6:12). Ele orou antes de grandes obras. Quando Jesus se preparou para
ressuscitar Lázaro dentre os mortos, ele primeiro se dirigiu ao seu Pai, em
oração (João 11:41-43). Ele orou quando sua obra terminou (João 17:4).
2. Onde
Jesus orou? Embora as orações de
Jesus nunca fossem limitadas pelo tempo ou pelo espaço, é claro que ele
freqüentemente procurou um lugar e uma hora livre e sem interrupções para falar
com seu Pai em oração. Ele freqüentemente subiu a montes, ou saiu para um
jardim, e tipicamente escolheu a noite ou o amanhecer, quando haveria menos
distração com o mundo apressado. Tais hábitos eram tão típicos da vida de
Cristo que Judas sabia exatamente onde encontrá-lo embora só estivesse estado
em Jerusalém poucos dias (João 18:1-3).
3. Por
que Jesus orou? As circunstâncias
das orações de Jesus sugerem motivos imediatos para oração: tentações,
provações, tristeza, momentos decisivos, etc. Mas estes são realmente apenas o
reflexo de uma razão maior pela qual Jesus orou. Jesus valorizava sua comunhão
com o Pai. Como alguém que entendia melhor do que qualquer outro homem jamais
entendeu o privilégio de andar com Deus, Jesus queria manter essa íntima relação
com seu Pai. Tendo a escolha entre multidões de homens e seu Pai, Jesus
freqüentemente escolheu a companhia de Deus. Quando tinha que escolher entre o
sono e a oração, Jesus encontrava o profundo rejuvenescimento de que
necessitava, não no descanso físico, mas na conversa espiritual com seu Pai..
Estas orações de Jesus nos ensinam algumas lições muito valiosas sobre o
privilégio de sermos chamados filhos de Deus.
O que
os discípulos aprenderam?
Os apóstolos pediram instruções sobre como orar. Jesus
deu-lhes mais do que palavras, quando mostrou um exemplo consistente de fé em
suas orações. Teriam eles aprendido? Dois breves episódios na parte inicial do
livro de Atos mostram que eles aprenderam a importância da oração.
Depois
que Pedro e João foram perseguidos e passaram algum tempo na prisão por causa
de sua pregação, eles encontraram outros cristãos e oraram juntos com
confiança, pedindo coragem para continuar sua obra (Atos 4:23-31). Sua citação
da poderosa mensagem do Salmo 2 mostra que eles entenderam que o poder da
oração é encontrado no poder daquele que ouve essas orações: o Deus que se
assenta nos céus.
Quando
confrontados com as necessidades físicas das viúvas na igreja de Jerusalém, os
apóstolos reconheceram a importância desse serviço e guiaram a igreja na
seleção de homens adequados para cuidar do assunto. Mas note, no texto, a razão
pela qual os próprios apóstolos não desviaram sua atenção: "E, quanto a nós, nos consagraremos à
oração e ao ministério da palavra" (Atos 6:4). O cuidado das viúvas
não era para ser negligenciado, mas os apóstolos cuidadosamente reservaram
tempo em suas vidas para a oração. Eles tinham aprendido bem a importante lição
do exemplo de Jesus e de seus hábitos de oração.
- por
Dennis Allan
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