O CAVALO E A BORBOLETA
Esta é a história de duas criaturas que viviam numa floresta distante, há muitos anos atrás.
Eram elas, um cavalinho e uma borboleta. Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.
A borboleta voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem, era admirada por meuitos por sua beleza. Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada. A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho. Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice. O cavalinho dizia que sempre ela o incomodava quando o beijava pousando sobre sua face. Embora ela mudade a posição para pousar sobre ele e levar seu carinho, ainda assim ele reclamava. Ela mudava, se esforçava, mas ele não percebia o carinho que elea tinha por ele. Assim a borboleta optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração a sua vocação, voar para enfeitar a vida daqueles que a cercavam... Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso, mas nunca demonstrou nenhuma gratidão por isso, e prosseguia em maltratar a borboleta. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, demonstrar que seu amor era verdadeiro, que ela não era mais uma lagarta, mas ele não acreditava.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado apenas com seus problemas, em como poderia se livrar do cabresto que o aprisionava. E vieram outras manhãs e mais outras e outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só, finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.
Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou. Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.
- Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
- Ah, é você então o famoso cavalinho? - Famoso, eu?
- É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?
- É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.
_ Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando.
Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso? - Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice.
Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém.
Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você. Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento. Disse então o elefante:
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo.
Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
- E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias? - Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte: "Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver.
Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."
Ás vezes não temos idéia de que o próximo que está ao nosso lado é alguém que Deus enviou para amarmos e também recebermos esse amor. Existem pessoas tão amargas que por serem aprisionadas pelos seus problemas não conseguem ver os milagres do Criador, que faz lagartas virarem borboletas para enfeitar a vida que Ele nos concede á cada dia.
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