Aprendendo a Esperar

De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã Te apresento a minha oração. Sl. 5:3. Emerson Fosdick, certa vez, orou assim: "Ó Deus, não sabemos o que é bom para nós. Tu sabes o que é. Por isso oramos." Esse conceito, entretanto, não nos impede de pedir coisas específicas a Deus. A Bíblia relata muitos pedidos específicos, que foram atendidos nos mínimos detalhes. Há, porém, uma lição preciosa na sucinta prece de Fosdick. Ou seja, devemos orar segundo a vontade de Deus. Davi orava pela manhã e ficava esperando. Deve ter ficado frustrado algumas vezes por não ter sido atendido conforme seu desejo. Além disso, deve ter-se decepcionado com a demora da parte de Deus em alguns casos. No exercício da oração, precisamos entender três atributos divinos: amor, onipotência e soberania. Pelo fato de sabermos que Deus é amor, somos inclinados a pensar que Ele nos atenderá de acordo com nossas especificações. Como pode Ele deixar de satisfazer todas as nossas necessidades? E para complicar o quadro, algumas pessoas perguntam: Se Deus é onipotente, por que não resolve logo todos os nossos problemas? Por que não elimina as injustiças, a fome, a miséria e a dor? Se Ele é amor e tem poderes ilimitados, por que não age imediatamente? Como, pois, entender que devemos orar e esperar pacientemente? Ora, o mesmo Deus que possui os atributos do amor e do poder, tem o direito de agir soberanamente. Em Sua soberania, Ele sabe quando deve agir. Não nos compete dizer-Lhe quando e como agir. Ele sabe o que é melhor para nós e conhece a hora em que deve entrar em ação. A experiência de Jairo elucida esse aparente dilema. Ele se aproximou de Jesus e rogou-Lhe: "Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá." Mar. 5:23. O pedido era mais do que razoável. Jesus, porém, não atendeu imediatamente à súplica de Jairo. Mesmo comprimido pela multidão que O seguia, despendeu tempo para curar uma mulher que sofria de uma hemorragia havia doze anos, e ainda repreendeu os discípulos que se incomodavam com a extrema solicitude do Mestre. Nesse ínterim, chegaram algumas pessoas que trabalhavam para Jairo, com uma notícia fatal: "Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?" Mar. 5:35. Naquele momento, qualquer um de nós poderia ter pensado: Fui o primeiro da fila a pedir um milagre a Jesus, mas Ele preferiu atender a uma mulher que se intrometeu na multidão. Agora é tarde. Não dá para entender essa demora. No íntimo, Jairo deve ter alimentado uma frustração. Mas depois, ao ver a sua filha viva novamente, e com plena saúde, entendeu que Jesus agiu na hora certa. E, ao invés de questionar, agradeceu. Pensamento para reflexão: Deus sempre age na hora certa, embora algumas de Suas respostas possam parecer estranhas.

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